Vergonha – Entenda o primeiro nível de consciência do ser humano, segundo Dr. David Hawkins

Terceiro artigo da Série Níveis de Consciência

No último artigo publicado, falamos sobre o estudo dos níveis de consciência desenvolvido pelo Dr. David Hawkins e, a partir desse artigo, traremos cada um dos estados de consciência envolvidos com nossa evolução consciente.

Vergonha – Será que é possível vencê-la?
Um dos maiores bloqueios para o desenvolvimento e o enfrentamento dos problemas para os seres humanos é sem dúvida alguma a vergonha.

Ela surge em diversas situações e ocasiões, desde o momento em que nos observamos numa situação fora dos padrões sociais aceitáveis, quando cometemos um erro, tomamos uma decisão e precisamos voltar atrás ou até mesmo quando recebemos um elogio.

Esse estado de consciência vem de uma questão presente há muito tempo em nossa histórica, quando um indivíduo temia ser banido de seu grupo se algo não estivesse de acordo com as regras determinadas pelo grupo. O banimento levaria esse indivíduo ao isolamento e à solidão.

Se pensarmos que os indivíduos pautavam suas ações e suas vidas no comportamento do grupo, isso corresponderia a uma quase morte. Esse trauma ficou registrado no inconsciente da sociedade e, hoje, a vergonha continua como um dos sentimentos mais inaceitáveis que se pode ter.

A vergonha está atrelada às nossas crenças, porque todos nós vivemos pautados em crenças e valores, que são vistos a partir da nossa percepção do que é certo ou errado. É uma resistência à realidade, porque acreditamos que algo não aconteceu como “deveria ter acontecido”, pressupondo que temos controle sobre todas as coisas e, por isso, ela também pode ser considerada como uma mentira bem contada.

Se é assim, como fazer para vencê-la?
É simples! Aceite a realidade como ela É ou FOI, sem resistência e, se possível, com gratidão, compreendendo que é uma oportunidade de aprendizado. Isso é evolução. Devemos ser humildes e reconhecer que as coisas não são como queremos que seja. Não estão sob nosso controle.

Ainda, para vencer a vergonha é necessário renunciar ao prazer de ser vítima. Isso é agradável para o nosso ego narcisista. Esse prazer oculto do ego precisa ser rendido, entendendo que essa atenção, amparo e dó recebidos dos outros só nos mantêm no estado de vergonha.

Na prática, podemos apontar 10 passos práticos que podem ajudar em muito vencer a vergonha:

  1. Separar o fato de como acreditamos que deveria ter ocorrido (nossa expectativa).
  2. Identificar o sentimento de vergonha e suas falsas justificativas e emocionalidades que tentarão te convencer que se envergonhar é o correto.
  3. Aceitar a realidade como ela É Agora.
  4. Render os prazeres de (a) se envolver com seus julgamentalismos e certezas mentais e (b) buscar atenção e afeto externo através de dó ou autopiedade.
  5. Não ser tirano consigo mesmo e “se dar bronca” por sentir vergonha, mas entender que é apenas uma natureza do ego humano e aceitar também essa natureza, sendo gentil com você mesmo. Se não, pode surgir a vergonha por sentir vergonha.
  6. Continuar observando os jogos falaciosos do ego (seu próprio e dos outros) até sair do turbilhão.
  7. Refletir sobre os aprendizados obtidos com a situação e agradecer pela oportunidade de perceber o absurdo de querer rejeitar a realidade, transformando a falsa percepção em aceitação verdadeira.
  8. Se for possível e sentir necessário, corrija o percurso através do autoperdão, perdoando ou pedindo perdão aos envolvidos e se disponha a reparar os danos ou mudar os acontecimentos.
  9. Se essa opção não for possível, apenas realize o processo de perdão acima mentalmente e continue rendendo os sentimentos de vergonha que irão surgir (e tentar te seduzir) até que a situação se acalme ou passe.
  10. Aceite a si e à Realidade como São, em todos os momentos, sem exceções, dando o seu melhor para evoluir o suficiente a cada dia alinhado aos princípios de moralidade.

Dr. David Hawkins estudou profundamente os níveis e estados de consciência humanos e traduz todo esse estudo em seus livros que são, sem sombra de dúvida, uma leitura fundamental e deliciosa para aqueles que querem mais para suas vidas, que desejam se desenvolver estruturados pelo autoconhecimento e domínio de suas emoções.

Boa leitura!

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