Diretora da OMS diz que mundo está entrando na quarta onda de casos de Covid-19

A diretora-geral assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Acesso a Medicamentos, Mariângela Simão, afirmou que o mundo está entrando em uma quarta onda de casos de Covid-19. A declaração foi dada durante palestra na última segunda-feira, 22, no 11º Congresso Brasileiro de Epidemiologia.

“Estamos vendo a ressurgência de casos de covid-19 na Europa. Tivemos nas últimas 24 horas mais de 440 mil novos casos confirmados. E isso que há subnotificação em vários continentes. O mundo está entrando em uma quarta onda, mas as regiões têm tido um comportamento diferente em relação à pandemia”, disse Mariângela Simão.

A diretora-geral assistente da OMS para Acesso a Medicamentos apontou ainda que a transmissão permanece concentrada em populações suscetíveis e onde as medidas sociais e de saúde são usadas de forma inconsistente. Além disso, mostrou como o vírus continua evoluindo com variantes mais transmissíveis. Mariângela ressaltou que todas as vacinas contra Covid-19 disponíveis atualmente não têm impacto na transmissão do vírus. Ou seja, a vacina impede o agravamento e a letalidade da doença, mas não que ela seja transmitida.  

Durante sua fala, a profissional abordou algumas estratégias globais que precisam ser fortalecidas no combate à pandemia. Algumas das ações prioritárias são: 

  • Melhorar sistemas nacionais, regionais e globais de vigilância, monitoramento e decisões sobre políticas públicas baseadas em evidências científicas;
  • Manter o foco na implementação continuada de medidas sociais e de saúde públicas efetivas com participação da comunidade;
  • P&D, aumento da produção e equidade no acesso a vacinas, terapias, testagem;
  • Fortalecer sistemas de saúde públicos e a capacidade da força de trabalho em saúde em todos os países;
  • Apoio a países em “reaberturas seguras”, manejo de risco adaptado ao contexto local

Mariângela ressaltou ainda que no combate à pandemia a vacina é importante, mas “não é só vacina”. “É preciso equilíbrio entre as ferramentas tecnológicas e as medidas de saúde pública e as medidas sociais. O manejo de risco adaptado ao contexto local é muito importante”, afirma.

Em meio às discussões sobre a realização ou não do carnaval no Brasil em 2022, a profissional abordou a questão. “Me preocupa bastante quando vejo que no Brasil tem a discussão sobre a abertura do Carnaval. É uma condição altamente propícia para o aumento da transmissão comunitária Precisamos planejar já as ações para 2022”, ressalta. 

Em levantamento feito pelo site G1, ao menos 71 cidades do Estado de São Paulo decidiram cancelar o carnaval devido a pandemia de Covid-19. Confira aqui a reportagem.

 

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