Paciente americano é o quarto caso de cura da Aids no mundo

paciente aids curado
Foto: National Cancer Institute/ Unsplash

 

Um homem americano de 66 anos, portador de HIV desde 1988, é considerado o quarto paciente curado de AIDS no mundo. Ele recebeu um transplante de medula óssea de um doador que era, por coincidência, naturalmente resistente ao vírus, durante um tratamento para leucemia no sangue. 

O doador da medula óssea possui uma mutação genética rara no receptor das células imunes que o HIV utiliza para atacar o sistema imunológico, o CCR5. Essa mutação torna as pessoas resistentes à maioria das cepas de infecção pelo HIV, pois bloqueia esse caminho e impede a replicação do vírus no organismo.

O transplante foi feito há três anos e meio, mas o anúncio só veio após o paciente ficar por 17 meses em remissão sem receber o tratamento antirretroviral e ainda assim não apresentar mais evidências do vírus no organismo.

“Quando fui diagnosticado com HIV em 1988, como muitos outros, pensei que era uma sentença de morte. Nunca pensei que viveria para ver o dia em que não tivesse mais HIV”, disse o homem, que preferiu não ser identificado, em comunicado.

O anúncio foi feito durante a Conferência Internacional de Aids, realizada em Montreal, no Canadá, na última quarta-feira.

Os dados foram apresentados no evento pela professora da Divisão de Doenças Infeciosas do City of Hope, centro médico onde foi realizado o procedimento, nos Estados Unidos, Jana Dickter.

Um marco na busca pela cura da Aids

“Ficamos entusiasmados em informá-lo que seu HIV está em remissão e que ele não precisa mais tomar a terapia antirretroviral que estava em uso há mais de 30 anos. Ele viu muitos de seus amigos morrerem de AIDS nos primeiros dias da doença e enfrentou tanto estigma quando foi diagnosticado com HIV em 1988. Mas, agora, ele pode comemorar este marco médico. Não conseguimos encontrar evidências de replicação do HIV em seu sistema”, conta o presidente e CEO da City of Hope, o médico Robert Stone, em comunicado.

Apesar do sucesso nesse caso, o tratamento por meio de transplante de células-tronco de medula óssea não é indicado a todos os portadores de HIV, e sim apenas para pacientes com quadro avançado de câncer.

Em 2009, Timothy Ray Brown tornou-se a primeira pessoa no mundo a ser considerada curada do HIV. O homem ficou conhecido como “Paciente de Berlim”. Ele viveu por 12 anos sem o vírus, porém morreu em 2020 em decorrência do câncer. Além de Brown, mais dois casos de cura da Aids foram reportados: o “Paciente de Londres”, Adam Castillejo, em 2019, e uma mulher, neste ano, que decidiu permanecer no anonimato. O paciente do City of Hope é a pessoa mais velha e que vive com HIV há mais tempo a ser tratada dessa maneira.

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam para a existência, atualmente, em todo o mundo, de 38 milhões de pessoas vivendo com HIV. A epidemia existe há 40 anos e, em 2020, foram registrados 32.701 casos de pessoas com HIV no Brasil.

Houve redução de 68% de mortes relacionadas à doença desde o pico em 2004; e de 52% desde 2010.

Em 2021, cerca de 650 mil pessoas morreram por doenças relacionadas ao HIV no mundo, em comparação com 2 milhões de pessoas em 2004 e 1,4 milhão de pessoas em 2010.

Desde 2010, a mortalidade relacionada à AIDS reduziu 57% entre mulheres e meninas e 47% entre homens e meninos. 

(Fontes: Exame.com, Agência Câmara de Notícias, UniAids e Jornal O Globo)

 

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