Barueri ensina boas práticas de abordagem a pessoas com deficiência

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Foto: Jaqueline Duarte/ Secom

Pessoas com deficiência costumam ter dificuldades de acesso a diversas áreas da sociedade devido à falta de preparo da população em lidar com estas questões. Muitas vezes no intuito de acolher e cuidar, erros básicos são cometidos dificultando ainda mais essa inclusão. Pensando nisso, a palestra “Boas práticas de abordagem à pessoa com deficiência” foi promovida na Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência – SDPD, sendo destaque entre os eventos que aconteceram durante a 26ª Semana de Prevenção às Deficiências.

A assistente social Lilian Cascardo, que atua na SDPD e tem deficiência visual, orientou os participantes do evento sobre as melhores práticas de convivência com pessoas com deficiências diversas, visando combater estereótipos e humanizar as relações interpessoais.

Lilian explica que expressões como “portadores de necessidades especiais”, “deficiente”, “surdo-mudo”, “especial”, entre outras, não deveriam mais ser utilizadas.
Ela destaca: “A forma correta como devemos nos referir é ‘pessoa com deficiência’, simples assim”. Atitudes como estas visam acabar com as associações negativas de tais termos.

A questão do “capacitismo” também foi abordada: a expressão se refere à atitude de discriminar uma pessoa com deficiência, sugerindo que ela é incapaz. Isso ocorre quando esses indivíduos são infantilizados, impedidos de se expressarem e/ou afastados do convívio social.

“Ao acreditar que a pessoa com deficiência não tem capacidade para algo você está cerceando os seus direitos”, ressaltou Lilian.

Pessoas com deficiência: conheça as abordagens

Mas qual a melhor maneira de abordar cada pessoa de acordo com seu tipo de deficiência? Veja abaixo as orientações dadas durante a palestra:

  • Ao conversar com uma pessoa com deficiência visual é importante se identificar, e dependendo do contexto da conversa, descrever e apresentar o espaço à pessoa. “Sempre comunique a sua saída e não disfarce a voz por brincadeira”, recomenda.
  • No caso da pessoa surda, posicione-se em frente à pessoa para que ela possa fazer a leitura labial. Não é necessário levantar a voz, e caso precise, utilize a escrita. “O importante é que você encontre algum jeito de se comunicar”, disse Lilian. Ela lembra que a cidade de Barueri possui a plataforma ICOM Libras, disponível por QR Code em vários pontos da cidade para comunicação com surdos.
  • Indivíduos com deficiência física costumam receber rótulos de “super-heroínas” , o que é um equívoco. “Em muitos casos, uma pessoa que tem prótese precisa de medicamentos, sente dores e a adaptação pode demorar um longo tempo. Pergunte se pode ajudar e como. Sempre com empatia, sem deixar de acreditar em sua autonomia”.
  • A deficiência intelectual também representa um desafio na comunicação interpessoal, mas há formas interessantes de contornar o problema. “Trate a pessoa com deficiência intelectual de acordo com a idade cronológica”, reforça Lilian.
    “Eles podem demorar mais tempo para aprender, mas aprendem. A infantilização, a superproteção e os rótulos não ajudam na inclusão”, completa.
  • Na interação com pessoas que têm paralisia cerebral é importante entender que esse tipo de deficiência nem sempre está associada à deficiência intelectual.
    “Há pessoas com paralisia cerebral que cursam universidades, trabalham e produzem”, disse a assistente social sobre a necessidade de desmistificar a questão e de incluir estes indivíduos em todas as áreas da sociedade.
  • Já o Transtorno do Espectro Autista – TEA é um tipo de deficiência psicossocial e a abordagem deve envolver acolhimento, envolvimento e a construção de vínculos.
    “Identifique os vínculos em torno da pessoa. Respeite o seu tempo e os seus limites, tenha empatia e acredite na sua autonomia. Como dizia Paulo Freire, ‘se aprende com as diferenças e não com as igualdades'”, conclui.
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Foto: Jaqueline Duarte/ Secom

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