Educação financeira: como ensinar aos filhos o valor do dinheiro

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Foto: Canva/ Banco de Imagens

A grande maioria das famílias brasileiras não fala entre si sobre dinheiro, a não ser que esteja faltando. Ainda assim, o comum é reclamar da falta e não educar os filhos a lidar melhor com os recursos da família, e isso se deve tanto à nossa cultura quanto ao fato do dinheiro ser tratado como um tabu nas relações. É aí que entra a educação financeira.

Para se ter uma ideia, hoje a principal causa de divórcio não é mais a infidelidade. São assuntos relacionados ao patrimônio (desconfiança, traição financeira e divisão de bens e recursos com filhos de relações anteriores) que encabeçam a lista dos principais motivos.
Desta forma, educar-se financeiramente e passar estes conceitos para as próximas gerações se faz extremamente necessário.

No caso das crianças, cada fase da vida exige uma abordagem em relação a este assunto, mas sim, podemos começar desde muito cedo mostrando às crianças conceitos como limites, valor da espera, capacidade de decisão e escolhas conscientes.

Na primeira infância, que vai até os cinco anos, não se fala diretamente sobre dinheiro pois os pequenos não entendem ainda a complexidade deste conceito. Mas ensiná-los a esperar, evitando criar o hábito da satisfação imediata, é um excelente exercício para que eles desenvolvam autocontrole e responsabilidade na hora de lidar com limites.
Da caixa de bombons que não deve ser comida inteira de uma vez à compra de brinquedos fora de datas comemorativas, situações cotidianas oferecem oportunidades de ensinar o valor da espera (adiamento da satisfação imediata) muito ricas aos pais.

Quando a criança entra no ensino fundamental, passando pelo processo de alfabetização e sendo iniciada na matemática, já é possível estabelecer uma rotina que envolva o dinheiro nas conversas e nas escolhas diárias.
Os pais podem levar os filhos ao mercado, mostrar como escolhem os produtos, explicar de onde vem tudo o que há em casa. A relação direta entre trabalho e ganho é muito importante de ser compreendida pela criança desde cedo, pois isso a ajuda a entender também conceitos como esforço e recompensa, e especialmente sobre responsabilidades.

Na adolescência, fazê-los escolher onde vão gastar a mesada é muito mais importante do que decidir se darão cartão de crédito ou conta-corrente aos filhos. O mais importante é que eles saibam priorizar e escolher com parcimônia onde gastarão os valores dados pelos pais.

Muitos pais tentam compensar aquilo que não tiveram na infância oferecendo aos filhos um padrão de vida difícil de manter, e complicando a situação financeira da família.

Especialistas em educação financeira e psicólogos infantis afirmam que é muito mais saudável para a criança viver dentro da realidade da família do que viver num patamar acima, o que angustia os pais que se sacrificam para prover o que não podem e dão aos filhos uma falsa sensação de segurança, o que certamente prejudicará a todos no futuro.

Redes sociais e saúde mental

Com o crescimento desenfreado das redes sociais, os jovens hoje vivem de forma muito diferente da que vivemos antes da internet. O sentimento de comparação em relação aos amigos se dava apenas no círculo social de cada um: escola, clube, vizinhança.

Hoje, as redes sociais oferecem um mundo irreal preconizado por influenciadores de todas as idades, fazendo com que os jovens se sintam excluídos por não terem as roupas, carros, celulares de última geração como “todos parecem ter”.

Os pais precisam ficar atentos e explicar aos filhos como uma sociedade focada no estímulo ao consumo funciona. Viver de acordo com a própria realidade passa pelo fortalecimento da autoestima dos pais e dos jovens, através da valorização do “ser” ao invés do “ter”.

Educação financeira: iniciativas interessantes

Se os pais também não foram educados a lidar com dinheiro, é importante que se informem primeiro e se munam de conhecimento de qualidade a respeito. Selecionamos algumas alternativas interessantes de conteúdo e aprendizagem. Confira:

Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana: focado no consumismo infantil e na atuação das marcas dentro da ética publicitária.

Papai Financeiro: cursos e conteúdos gratuitos sobre educação financeira.

Curso Completo de Educação Financeira: comece pelo começo. O bê-a-bá das finanças pessoais para quem nunca teve contato com o tema de forma estruturada.

Expert XP: conteúdos gratuitos e materiais para download que ajudam você e sua família a sair das dívidas e passar a investir.

Livros de educação financeira para crianças: sugestão de literatura especializada para os pequenos aprenderem junto com os pais.

Delírios de Consumo de Becky Bloom: no filme de 2009, uma jovem adulta vive endividada para não sair da moda, usando o consumismo como forma de afirmação pessoal e ascensão profissional. Tema atemporal e filme muito divertido para mulheres de todas as idades (disponível no streaming Disney Plus).

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