Cinépolis abre em Alphaville sua primeira Sala Junior da América Latina
Aproveitamos a inauguração da novíssima Sala Junior na Cinépolis Alphaville e a disponibilidade do presidente, o Sr. Luiz Gonzaga Assis de Luca (ou Gonzaga, como prefere ser chamado), e do diretor comercial e marketing Sr. Paulo Pereira, para compartilhar com vocês a entrevista, que estava mais para um bate-papo de tão descontraída que foi, e que tivemos o privilégio de fazer. Confira:
A&A: De onde surgiu a ideia de criar esse conceito revolucionário da Sala Junior? Qual a motivação?
Paulo Pereira: Surgiu no México, lá já são mais de 20 salas neste formato. A Cinépolis buscou trazer um conceito diferente de cinema para preparar essas crianças para o futuro. Acreditamos que o cinema não vai acabar nunca. A plataforma cinema precisa de algumas inovações para conseguir trazer e manter esse público, assim como outras plataformas também vêm se inovando. Então a gente acredita muito que a Sala Junior trará de volta esse negócio da família vir para o cinema junto… um programa de família.
A&A: Hoje se fala tanto em “experiências”… É isso que vocês estão trazendo? Mais uma experiência entre tantas outras que a Cinépolis vem oferecendo?
Paulo Pereira: Sim, isso tudo começou lá atrás, na década de 1990 com as salas VIP, recriando um ambiente romântico, etc… Depois as salas de “large format”, com as telas gigantes, macro XE, depois as salas com movimento… salas 4DX, salas IMAX… O cinema vem se inovando no mundo inteiro com novos formatos e a Cinépolis criou esse modelo de Sala Junior.
A&A: Por que Alphaville?
Paulo Pereira: Acreditamos muito que Alphaville é uma região com público família, então essa sala não teria outro lugar para estar que não fosse aqui. Muito da repercussão do que está tendo na região é por conta disso. Alphaville sempre teve carência de uma experiência para a família. Já tiveram outras experiências que não cinema aqui no bairro, mas é difícil encontrar um negócio onde a família pudesse sair de casa para um programa. Acreditamos que com a Sala Junior vamos conseguir. E pela primeira vez eu acredito que Alphaville ganha uma experiência que possa trazer pessoas de São Paulo para cá, ou de outras cidades como Itu, Sorocaba, São Roque, Osasco, o pessoal de Pinheiros… Estamos apostando que será a primeira vez que as pessoas vão sair de lá e vir pra cá, motivadas por essa experiência.
A&A: A Cinépolis hoje, no Brasil, já conquistou um espaço enorme considerando que é a operadora mais jovem no País, inclusive já é considerada não somente no Brasil, como no mundo, a maior operadora de salas VIP. Por que investem tanto no País? Qual a importância e a relevância da Sala Junior na sua estratégia de crescimento e atração de público?
Gonzaga: A Sala Junior, mais do que ser a primeira no Brasil, é também a primeira na América do Sul. A Cinépolis na América do Sul está na Argentina, no Chile, no Brasil, na Colômbia e no Peru. Há mercados como os do Chile que são mercados em termos cinematográficos mais maduros do que os do Brasil. Houve uma estabilidade econômica nos últimos anos no Chile, mas optamos por lançar aqui. Ela já foi testada no México, onde existem muitas salas, na Guatemala, na Costa Rica e na Espanha, mas você encontra diferenças culturais muito fortes em cada país. Assim como o Chile está em um mercado mais maduro do que o brasileiro em termos de cinema, a Espanha passa por uma crise muito grande em cinema até porque se abriu muitas salas e até hoje não conseguiu recuperar. A Sala Junior vai nortear o lançamento de outras. Estamos mais do que lançando, estamos testando um conceito que ninguém sabe o que vai acontecer no Brasil e na América do Sul. Tenho certeza de que amanhã estará me ligando o meu par do Chile e da Argentina falando… “E aí, como foi”?? (risos).
Paulo Pereira: Até para o Brasil vai ser um divisor de águas, vai nortear muita coisa de como os cinemas vão tratar a família e a experiência daqui pra frente.
Gonzaga: É um conceito difícil de você ser hipotético, tanto que posso falar sem nenhuma reserva que era para a Sala Junior ter sido aberta há um mês. Chegamos aqui com todas as recomendações do que ocorreu no exterior e falamos: “Não. Temos que fazer uma série de modificações”. Sejam por ordem legal (de antecipar possíveis problemas) como também de ordem funcional. Estava lendo uma matéria na semana passada e aí tive certeza sobre esse adiamento de um mês para ajustes… Estava lendo que existe um grande número de brasileiros tendo muito sucesso em Portugal abrindo salões de festas infantis que não existiam… E, de repente, me caiu a ficha… Percorri diversos países do mundo indo a shoppings (vou a shopping para ir a cinema e não para compras)… (mais risos)… e você não vê salões de festas ou plays como no Brasil. Então, eu acho que será um marco para nós e, sem dúvida alguma, isso aqui vai nortear uma série de modificações que não ocorreu fora. Até o projeto da Espanha, que é muito parecido com o do México, já mudou bastante. Acho que é um experimento que vai, sem dúvida alguma, ser reproduzido. O mais curioso de tudo é que estamos trabalhando há um ano e meio, quase dois anos desde que vimos o primeiro projeto no México. Vai ter um monte de gente reproduzindo, copiando… e, na realidade, não adianta… A possibilidade de funcionar sem ter toda uma estratégia, uma formatação e experimentação é induzir ao erro. Até o treinamento de funcionários… Você está lidando com crianças, tem que ter funcionários preparados para isso… Estamos usando estagiários de pedagogia, por exemplo. A preocupação e o cuidado são enormes e até nos antecipamos consultando diversos especialistas, inclusive na questão de legislação.
Paulo Pereira: São muitas as dúvidas das pessoas… “Como que a criança vai ficar? Sozinha no tobogã? Quem vai tirar? Vai ter alguém lá embaixo?”. Na verdade estamos pensando nisso há um ano e meio.
Gonzaga: Quando começamos a estudar estávamos estudando uma coisa que tinha apenas seis meses no México. Hoje completou três anos da primeira sala experimental. Ah, o ideal seria o pai deixar a criança e ir para o shopping? Não. Não pode. Sabemos que é o sonho de muitos, mas quando conversamos com os especialistas foram avaliadas todas essas questões. Esse projeto vai ser a base de projetos futuros e até de correções nele próprio.
A&A: Os funcionários da Sala Junior são exclusivos? Não vão atender outras salas?
Gonzaga: Sim, inclusive estamos buscando outro tipo de formação. Com formação pedagógica e que tenham habilidade para lidar com crianças.
A&A: Por que investir e apostar tanto no Brasil?
Gonzaga: Porque a gente correu mais do que eles (os outros países – risos).