Pesquisa avalia riscos e benefícios da volta às aulas presenciais
Acaba de ser publicada a pesquisa “Covid-19 e reabertura das escolas: Descrição da Evidência Científica – Impactos sobre a Pandemia, Socioeconômicos e Educacionais”, coordenada pelo médico Dr. Fabio Jung e pelo enfermeiro doutor em epidemiologia Dr. Wanderson Oliveira. A pesquisa apresenta estudos relacionados à saúde das crianças e aos impactos socioeconômicos, com entrevistas com especialistas e líderes comunitários.
A publicação busca contribuir com a discussão sobre o processo de reabertura das escolas, com análise da literatura disponível sobre o assunto para avaliar riscos e benefícios da reabertura, bem como a experiência e resultados obtidos em mais de 15 países que já retomaram as aulas durante a pandemia.
Abaixo, os principais achados:
Susceptibilidade: as crianças são significativamente menos suscetíveis à Covid-19, representando apenas 2% dos casos globalmente e 24% da população mundial.
Gravidade: a doença é menos agressiva do que a gripe (influenza) em crianças. Até 8/8, os EUA apresentavam 2,2 vezes menos óbitos por Covid comparado à influenza: 49 versus 107 óbitos por influenza em crianças até 14 anos.
Transmissibilidade: a evidência nos locais onde houve reabertura mostra que as crianças contribuem pouco para a cadeia de transmissão, mesmo quando frequentam a escola.
Vulnerabilidade: o fechamento das escolas oferece riscos irreversíveis à saúde das crianças, agravando condições psiquiátricas, comprometendo a segurança alimentar, aumentando a taxa de gravidez infantil, o número de abusos e maus tratos, uso de drogas e violência.
Desigualdade: crianças vulneráveis têm menos acesso à educação a distância de qualidade e sofrem mais com o fechamento de escolas; mulheres têm um comprometimento significativamente maior de sua atividade profissional, acentuando as já enormes desigualdades sociais e de gênero no Brasil.
Impacto econômico: a manutenção do fechamento das escolas pode agravar a recessão econômica, com prejuízos correspondentes a até 1% do PIB.
Clique aqui para conferir a pesquisa na íntegra.
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